A promoção é um dos mais importantes desafios que se colocam à dinamização da fileira, do azeite, disse esta sexta-feira, 22, a secretária geral da Casa do Azeite, Mariana Matos, defendendo que só quem conhece verdadeiramente um produto o pode valorizar.
Em declarações à agência Lusa, à margem do II Congresso Ibérico do Azeite (CIA), em Abrantes, Mariana Matos afirmou que o azeite é como o vinho: "não existe um, existem tantos azeites quanto produtores, pois cada um terá as suas características distintas".
Segundo a responsável da Casa do Azeite (Associação do Azeite de Portugal), "aprender a distinguir e a valorizar essas características é um grande desafio e todos (sector e consumidores) teríamos muito a ganhar com um maior conhecimento e divulgação séria e correta deste produto, sobre o qual ainda pendem muitos mitos".
A decorrer em Abrantes até sábado, o CIA pretende afirmar-se como um ponto de reflexão e transmissão de conhecimento numa fileira que tem reforçado a sua importância nos últimos anos e que caminha, em Portugal, para a autossustentabilidade.
"Hoje em dia, o nosso consumo per capita tem crescido um pouco, e as quebras da última campanha são meramente circunstanciais e devem-se às más condições climatéricas. Existe ainda um potencial de crescimento significativo em Portugal, portanto a tendência para a autossustentabilidade mantém-se", afirmou Mariana Matos.
Segundo a secretária geral da Casa do Azeite, que congrega produtores de 95% de todo o azeite de marca embalado em Portugal, o volume de negócios em 2012 rondará os 400 milhões de euros e as exportações representam um pouco mais de metade desse volume de negócios.
"O principal país de destino do azeite português continua a ser o Brasil, com grande relevância, e outro destino com importância crescente é Angola, que é já o segundo mercado no ranking das exportações nacionais", notou.
Mariana Matos disse ser desejável estabelecer parcerias valorativas do azeite no espaço luso-espanhol (Portugal é o 5.º maior produtor mundial e Espanha o principal produtor), beneficiando da experiência e do saber fazer dos produtores espanhóis de azeite.
"Nunca poderemos ter a dimensão de Espanha, em termos de produção, mas temos uma tradição de colaboração e de boa vizinhança neste sector que, inclusivamente, se tem reforçado muito nos últimos anos”, disse Mariana Matos.
Segundo esta responsável, “Espanha tem feito muita investigação e investido muito no sector do azeite, coisa que Portugal só nos últimos anos tem feito, aproveitando, em grande parte, muito desse conhecimento".
Organizado pela Câmara de Abrantes e diversas entidades ligadas à fileira do azeite em Portugal, o CIA inclui a realização de um Simpósio Técnico que conta com a participação de oradores portugueses e espanhóis, além de espaços expositivos, gastronómicos e workshops no centro da cidade, terminando no domingo.
Fonte: Mirante
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