"Desenganem-se os que pensam que o 'pós-troika' é longínquo. Pelo contrário, o futuro avizinha-se e, independentemente de quem seja Governo, os desafios serão tão grandes que temos de começar, desde já, a antecipá-los e a prepararmo-nos. E a prepararmo-nos bem, para podermos ter sucesso", afirmou o chefe de Estado, no seu discurso na sessão solene das comemorações do 10 de Junho, que este ano decorrem em Elvas.
Notando que nessa fase Portugal já não contará com a garantia de financiamento das instituições internacionais e ficará inteiramente dependente da confiança dos mercados e dos investidores para assegurar o financiamento do Estado e da economia, o Presidente da República sustentou que as perspetivas de crescimento da economia e de criação de emprego no período "pós-troika" dependerão "criticamente do consenso social" que se conseguir preservar e do "compromisso quanto às linhas de rumo do país, num horizonte temporal de médio prazo, que às forças políticas compete estabelecer".
"Esta é uma questão decisiva para o nosso futuro coletivo", sustentou.
Insistindo na ideia de que "Portugal necessita urgentemente de preparar o período ?pós-troika' através de uma estratégia de crescimento geradora de emprego", Cavaco Silva sustentou que é necessário localizar a aproveitar as potencialidades que existem e que "são muitas".
"O mar, desde logo, mas também o património histórico são ativos de que o país dispõe e de que não podemos prescindir na hora presente", declarou.
Numa intervenção em que falou longamente da agricultura, o chefe de Estado debruçou-se também sobre a questão do património histórico, congratulando-se por existir atualmente "uma consciência mais clara sobre a importância do património".
"Um estudo recente concluiu que o património histórico é um dos domínios em que se verifica maior crescimento do contributo do setor cultural para a riqueza nacional. Faz, pois, todo o sentido que uma agenda de desenvolvimento e de criação de emprego confira especial atenção à salvaguarda e valorização do nosso património", defendeu.
Mas, acrescentou, apesar de muitos autarcas já terem tomado consciência que a preservação do património cultural representa uma aposta de futuro, há ainda um longo caminho a percorrer.
"Mas, não se julgue que o facto de vivermos tempos de dificuldades nos deve afastar desta opção, ou que o património cultural é uma questão acessória, uma benfeitoria ornamental ou um luxo a que só nos devemos entregar em alturas de prosperidade. Pelo contrário, é justamente nos tempos de dificuldades que se devem fazer apostas de futuro. A recuperação de edifícios degradados e a valorização dos centros históricos são fatores que, no imediato, geram emprego e mobilizam a atividade económica", sustentou.
Fonte: Por Lusa
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