“O Ministério da Educação deve fazer uma reflexão sobre os exames de Matemática, tendo em conta a greve geral e a greve de professores de dia 27 de junho. Depois do que aconteceu na paralisação de segunda-feira, que teve um enorme adesão, o ministério deveria refletir se vale a pena manter a data”, disse hoje à agência Lusa Filinto Lima.
Para o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, o adiamento dos exames nada tem a ver com os sindicatos nem com luta política.
“Na nossa [da associação] opinião, o Ministério da Educação (ME) deve refletir em virtude de dois constrangimentos: a greve geral e a greve de professores. Lembro, por exemplo, que, nos meios pequenos, há transportes escolares e os miúdos não vão ser transportados porque os motoristas vão fazer greve”, disse Filinto Lima, salientando que o ME deve, “pelo menos, pensar e, se calhar, adiar” os exames.
O responsável salientou que a greve de dia 27 vai abranger entre outros, professores, transportes públicos e escolares e funcionários das escolas.
“Lembro que na greve de segunda-feira estávamos a falar de 75 mil alunos, no dia 27 serão perto de 200 mil os alunos que vão fazer exames do 6.º e 9.º anos e também temos os exames dos alunos do 2.º ciclo”, disse.
Na segunda-feira, mais de 20 mil alunos não realizaram a prova de Português devido à greve dos professores, o que levou o ministro Nuno Crato a anunciar a data de 02 de julho para que os alunos afetados pela paralisação possam fazer o exame.
De acordo com os sindicatos, a adesão à greve de segunda-feira ficou próxima dos 93%.
Já o Ministério da Educação referiu que o número de alunos que conseguiu fazer exames rondou os 70.000, equivalente a cerca de 80% dos estudantes que iam fazer exame.
Os professores protestam contra o regime de requalificação profissional e a mobilidade geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais.
Os sindicatos temem o despedimento de professores do quadro e a dispensa de contratados, em larga escala.
Na sexta-feira, os sindicatos vão debater se as greves às avaliações se prolongam para a semana de 24 a 28 de junho.
Os sindicatos da educação voltam na próxima segunda-feira, 24 de junho, ao ministério tutelado por Nuno Crato para uma reunião de negociação suplementar dedicada à mobilidade especial e à mobilidade interna.
A Lusa tentou saber qual a abertura do ministério da Educação para mudar o dia do exame em questão, mas até ao momento não foi possível estabelecer o contacto.
Fonte: Lusa
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