quarta-feira, 19 de junho de 2013

Diretores defendem adiamento de exame de Matemática em dia de greve geral




“O Ministério da Educação deve fazer uma reflexão sobre os exames de Matemática, tendo em conta a greve geral e a greve de professores de dia 27 de junho. Depois do que aconteceu na paralisação de segunda-feira, que teve um enorme adesão, o ministério deveria refletir se vale a pena manter a data”, disse hoje à agência Lusa Filinto Lima.

Para o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, o adiamento dos exames nada tem a ver com os sindicatos nem com luta política.

“Na nossa [da associação] opinião, o Ministério da Educação (ME) deve refletir em virtude de dois constrangimentos: a greve geral e a greve de professores. Lembro, por exemplo, que, nos meios pequenos, há transportes escolares e os miúdos não vão ser transportados porque os motoristas vão fazer greve”, disse Filinto Lima, salientando que o ME deve, “pelo menos, pensar e, se calhar, adiar” os exames.

O responsável salientou que a greve de dia 27 vai abranger entre outros, professores, transportes públicos e escolares e funcionários das escolas.

“Lembro que na greve de segunda-feira estávamos a falar de 75 mil alunos, no dia 27 serão perto de 200 mil os alunos que vão fazer exames do 6.º e 9.º anos e também temos os exames dos alunos do 2.º ciclo”, disse.

Na segunda-feira, mais de 20 mil alunos não realizaram a prova de Português devido à greve dos professores, o que levou o ministro Nuno Crato a anunciar a data de 02 de julho para que os alunos afetados pela paralisação possam fazer o exame.

De acordo com os sindicatos, a adesão à greve de segunda-feira ficou próxima dos 93%.

Já o Ministério da Educação referiu que o número de alunos que conseguiu fazer exames rondou os 70.000, equivalente a cerca de 80% dos estudantes que iam fazer exame.

Os professores protestam contra o regime de requalificação profissional e a mobilidade geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais.

Os sindicatos temem o despedimento de professores do quadro e a dispensa de contratados, em larga escala.

Na sexta-feira, os sindicatos vão debater se as greves às avaliações se prolongam para a semana de 24 a 28 de junho.

Os sindicatos da educação voltam na próxima segunda-feira, 24 de junho, ao ministério tutelado por Nuno Crato para uma reunião de negociação suplementar dedicada à mobilidade especial e à mobilidade interna.

A Lusa tentou saber qual a abertura do ministério da Educação para mudar o dia do exame em questão, mas até ao momento não foi possível estabelecer o contacto.



Fonte: Lusa

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