Falhas nos meios informáticos do INEM têm atrasado o socorro a doentes urgentes. Ordens escritas dos responsáveis pelas centrais 112, a que a TVI teve acesso, referem "atrasos inexplicáveis" com risco dos técnicos chegarem demasiado tarde e de doentes poderem morrer.
O software através do qual ambulâncias, carros médicos e helicópteros de emergência médica comunicam com as centrais 112 não está a funcionar correctamente. Esta falha está a provocar atrasos na chegada dos paramédicos o que nalguns casos de doentes urgentes pode significar uma sentença de morte.
De acordo com a TVI, o equipamento informático Mobile Clinic deveria permitir a comunicação dos sintomas dos doentes e informar aos meios de emergência qual a rota mais rápida para chegar ao destino. No entanto, os computadores bloqueiam, demorando muito a reiniciar e, muitas vezes, nem sequer recebem os alertas da central 112. A falha acaba por induzir em erro os operadores que ficam convencidos de já ter enviado ambulâncias que, afinal, não receberam o alerta.
Prova destes atrasos é uma das ordens de serviço da directora regional do Centro do INEM, Regina Pimentel, citada pela TVI.
“Meus caros: sempre que se acciona um meio pelo mobile, está escrito que deve ser confirmada a recepção do evento. Este procedimento não está a ser feito. Podem dizer-me que há muito trabalho, mas haverá muito mais se o evento não chegar onde deve, a ambulância não sair para o local, a vítima morrer, irmos todos a tribunal ou sermos postos nos disponíveis ou na rua com um processo. Todos sabem que o Mobile não está fiável ainda, os fluxos vieram trazer celeridade ao envio de meios e nós não temos a certeza que o meio foi! Não estamos afazer bem o nosso trabalho. Há atrasos no socorro inexplicáveis. Isto não é um conselho, porque esse já o dei há muito tempo. É UMA ORDEM E É PARA CUMPRIR a nível nacional”, pode ler-se na comunicação escrita enviada pela médica aos coordenadores e supervisores das centrais de emergência, em Novembro passado.
O equipamento informático foi adquirido em 2007 e nos dois primeiros anos custou um milhão e trezentos mil euros, porém não chegou a ser utilizado de forma global devido à falta de qualidade. No entanto, no primeiro semestre de 2011 o INEM decidiu colocar o equipamento em todas as suas ambulâncias, carros médicos e helicópteros de emergência.
Fonte: Noticias ao Minuto